Não tem sido facil gerir a tua perda, mas isso já eu sabia. Cada vez que visito a t
ua campa, apesar de não ser normal, o sentimento de raiva apodera-se de mim, pois hoje como ontem, a certeza de que tu tinhas de estar cá é maior e, só assim não se passa porque o desprezo e a falta de amor pelos outros, foi maior que o profissionalismo e o sentido de dever.
E depois essa sensação aumenta quando se houve algumas pérolas de sabedoria, do tipo: "Os senhores doutores, enquanto que a maioria dos portugueses, vai para casa descansar, vão depois do serviço (cada vez mais mal desempenhado) vão para os consultórios, trabalhar porque ganham pouco!!" ou ainda "Tem de se dar mais privilégios aos senhores drs., porque tem poucos.!!!" ou mesmo "O nr. de cesarianas, é exasgerado.!!".
Meu amor, filha querida, se calhar tu foste a excepção ao exagero.
E existem ainda as pessoas, que dizem: "Não vale a pena, eles ganham sempre, encobrem-se uns aos outros, depois nas instâncias devidas nunca dá nada". Nos anos do Al Capone, havia uma instituição que agia nos mesmos moldes, e também esses foram desmantelados, é complicado e quase macabro, que sempre que erros vem à baila, nega-se sempre os mesmos, logo a partida.
É ainda inacreditável, os casos arquivados e não provados, porra será que os portugueses não abrem os olhos, quem não erra profissionalmente? Não será estranho, que só em algumas áreas não se erre?
Mas é ainda mais lamentável o tipo de mentalidade do "Ai não vale a pena.", porra!!
Foi assim e abdicando do sentido de protestar, de exigir, que esses senhores foram ganhando esse sentimento de impunidade e, hoje qualquer beneficiário, que se dirige aos serviços de saúde, protesta, com a senhora do guichet, com o porteiro, menos com quem deve!! Esse comportamento politicamente correcto revolta-me os figados.
E ainda por cima acresce a forma como somos tratados, em qualquer serviço de saúde, com arrogância, má formação, má educação, desrespeito, eu não consinto, não admito, não quero tratado assim, parece que duma forma geral andamos todos adormecidos, haverá alguma classe de portugueses que serão Deuses? Cada vez que permitimos ser tratados como portugueses de segunda, há sempre alguém que se considera português de primeira.
Só dessa forma, protestando e exigindo respeito, exigindo um bom atendimento, mais e mais e mais, porque refilar com porteiros, administrativos, enfermeiros, em nada muda e, depois entrarmos e portarmos-nos como "carneirinhos" diante de quem nos realmente nos faltou ao respeito, em nada altera, só aumenta a sensação desses senhores, de que são algo especial!!!
Eu vou agir assim até ao fim dos meus dias e, até que a voz me doa e o corpo permita.
Sabes Bea, se calhar seria boa idéia, dos senhores que pensam essas matérias incluir, no curso de medicina uma cadeira de formação cívica, boas maneiras e humanismo. E já agora outra - Medicina e o erro, porque ele acontece!!
Nós por cá continuamos, à espera de desenvolvimentos acerca do teu caso, lentamente, muito lentamente, mas sabes amor, até os pais darem o ultimo suspiro, ainda há-de dar tempo de se fazer alguma justiça à tua memória, mesmo que hajam muitos que achem que não vale a pena e, uma coisa ou pensamento, fica desde já expresso: Vai ser mesmo, até ao fim, e custe o que custar, pois a tua memoria, esses senhores, não vão conspurcar. Eternos serão sempre: A tua enorme coragem e o nosso orgulho, ATÉ JÁ FILHOTA, de onde nos estiveres a ver, vai o nosso beijo. Do Pai, da Joana e da Mamã. João Inácio

E depois essa sensação aumenta quando se houve algumas pérolas de sabedoria, do tipo: "Os senhores doutores, enquanto que a maioria dos portugueses, vai para casa descansar, vão depois do serviço (cada vez mais mal desempenhado) vão para os consultórios, trabalhar porque ganham pouco!!" ou ainda "Tem de se dar mais privilégios aos senhores drs., porque tem poucos.!!!" ou mesmo "O nr. de cesarianas, é exasgerado.!!".
Meu amor, filha querida, se calhar tu foste a excepção ao exagero.
E existem ainda as pessoas, que dizem: "Não vale a pena, eles ganham sempre, encobrem-se uns aos outros, depois nas instâncias devidas nunca dá nada". Nos anos do Al Capone, havia uma instituição que agia nos mesmos moldes, e também esses foram desmantelados, é complicado e quase macabro, que sempre que erros vem à baila, nega-se sempre os mesmos, logo a partida.
É ainda inacreditável, os casos arquivados e não provados, porra será que os portugueses não abrem os olhos, quem não erra profissionalmente? Não será estranho, que só em algumas áreas não se erre?
Mas é ainda mais lamentável o tipo de mentalidade do "Ai não vale a pena.", porra!!
Foi assim e abdicando do sentido de protestar, de exigir, que esses senhores foram ganhando esse sentimento de impunidade e, hoje qualquer beneficiário, que se dirige aos serviços de saúde, protesta, com a senhora do guichet, com o porteiro, menos com quem deve!! Esse comportamento politicamente correcto revolta-me os figados.
E ainda por cima acresce a forma como somos tratados, em qualquer serviço de saúde, com arrogância, má formação, má educação, desrespeito, eu não consinto, não admito, não quero tratado assim, parece que duma forma geral andamos todos adormecidos, haverá alguma classe de portugueses que serão Deuses? Cada vez que permitimos ser tratados como portugueses de segunda, há sempre alguém que se considera português de primeira.
Só dessa forma, protestando e exigindo respeito, exigindo um bom atendimento, mais e mais e mais, porque refilar com porteiros, administrativos, enfermeiros, em nada muda e, depois entrarmos e portarmos-nos como "carneirinhos" diante de quem nos realmente nos faltou ao respeito, em nada altera, só aumenta a sensação desses senhores, de que são algo especial!!!
Eu vou agir assim até ao fim dos meus dias e, até que a voz me doa e o corpo permita.
Sabes Bea, se calhar seria boa idéia, dos senhores que pensam essas matérias incluir, no curso de medicina uma cadeira de formação cívica, boas maneiras e humanismo. E já agora outra - Medicina e o erro, porque ele acontece!!
Nós por cá continuamos, à espera de desenvolvimentos acerca do teu caso, lentamente, muito lentamente, mas sabes amor, até os pais darem o ultimo suspiro, ainda há-de dar tempo de se fazer alguma justiça à tua memória, mesmo que hajam muitos que achem que não vale a pena e, uma coisa ou pensamento, fica desde já expresso: Vai ser mesmo, até ao fim, e custe o que custar, pois a tua memoria, esses senhores, não vão conspurcar. Eternos serão sempre: A tua enorme coragem e o nosso orgulho, ATÉ JÁ FILHOTA, de onde nos estiveres a ver, vai o nosso beijo. Do Pai, da Joana e da Mamã. João Inácio