Citando o prefácio de Rita Ferro, no livro "Estrelas que voam para os céus" de Joaquim Manuel Alves dos Santos: "Se a morte, a verdadeira morte, é o esquecimento, então os vossos filhos não morreram. Nunca estiveram tão vivos, tão próximos, tão dentro de vós."
Por ti Beatriz que foste mais uma estrelinha que voou para os céus...
...pela Joana, a tua irmã que te amou e ama tanto, por tantos outros, para que não se repita...
Tudo me parece insignificante, ou de pouca monta, quando penso em ti Beatriz...
O que antes tinha grande significado para mim, deixou de o ter, muita coisa deixou de fazer sentido, muita coisa deixei de compreender...
As conversas são tão vazias e pobres...
Por vezes neste mundo cheio de gente, sinto-me só...
Tenho uma necessidade enorme de falar em ti, talvez porque só um grupo restrito te conheceu, eu não pude mostrar a todos como eras linda, carregar-te nos braços embevecida e com orgulho no meu pequeno rebento, mas é difícil falar da nossa vivência aos outros, por vezes nem resposta obtenho...
Parece que querem fazer de conta que não exististes...
E assim fecho-me em mim, pois não posso insistir em que me ouçam, não posso deixar-me abater, não posso pensar nisso, não posso ... não posso...
Mas afinal eu até acho que posso "tudo", se eu pude "aceitar" tudo o que se passou, para te puder ajudar naqueles 6 meses, então não tenho dúvida que posso "tudo"...
É inevitável não pensar em ti e, cada vez que o faço sinto um frio no estômago e um nó na garganta, por todos e cada um dos momentos maus que passaste...
Só há um que me consegue afastar por instantes desse pesadelo, aquele sorriso, aquele único sorriso que me deste e, o qual eu guardo tão bem, mas tão bem guardado, que parece que o estou a ver agora mesmo...
Para ti meu amor, que estás tão viva dentro de mim, um até já...
Da mãe que te ama muito...
10 comentários:
Li e ouvi o programa de rádio.
Fiquei e fico..., a verdade é que nem sei bem como. Sei que não devo fazer a mínima ideia do que estão efectivamente a sentir, mas sendo Mãe é algo que fico doente só de imaginar. Depois sinto-me impotente por não poder fazer nada, pois sinceramente só me apetecia descarregar a raiva toda nessa gente toda que parece que anda dormir, ou sei lá a fazer o quê... (desculpem este desabafo, mas eu sinto muito as coisas e por vezes é difícil distanciar-me).
Apenas Vos desejo muita força para continuarem!
E a Bea de certeza que é uma daquelas estrelinhas que quando olhamos estão lá no céu.
Ao ler as suas palavras, revejo-me da tal forma, que parece que fui eu quem escrevi partes do seu post. Também perdi a minha filha com apenas dois meses, ja ´há nove meses, mas ainda hoje so estou bem a falar dela, de tudo quanto ela fazia quando estava entre nós. Também para mim as conversas são vazias e já não vivo, sobrevivo.... Era a minha primeira e unica filha e nem imagino quando terei condições para ter outra. Um beijinho de força e que os nossos anjinhos pequeninos olhem por nós que bem precisamos.
Não consigo saber o que podes estar a sentir, mas consigo imaginar tendo a noção que de certeza é pior do que eu imagino....Deve ser uma dor horrivel!!! e não existe forma de a diminuir....Só mesmo com o tempo, não diminui mas parendemos a suporta-la!!!!
Acho que voces os 3 tem memos que se unir para terem forças para continuar....
jinhos e muita força!!!
:(
entendo te perfeitamente... eu tambem perdi os meus meninos e ninguem fala neles, e toda a gente me diz para eu esquecer.. esquecer??? mas como é que se vai esquecer um filho??? amiga continua a tua luta, prq alguem tem de pagar pelos erros que foram cometidos...
um beijinho
Foi com muita dor que li os textos deste blog. Também sou mãe de duas meninas ainda pequenas e sei o que é fazer sempre tudo para as proteger. A vossa revolta tem mesmo de ser muito grande. Não se consegue compreender qualquer opção tomada por um profissional de saúde quando a mesma está relacionada com o sofrimento e o desaparecimento de um filho. Deixo-vos as minhas palavras e o desejo de que a vossa família, que já sofreu tanto, consiga encontrar algum conforto nas memória sempre vivas da vossa Beatriz.
E como escreveu um dia um excelente contador de histórias: "Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."
Não ouvi o programa de rádio mas li, atónita, o blog e a história da linda Beatriz. Choca-me profundamente a passividade e morosidade da justiça portuguesa a acrescer à frieza dos médicos, que condenaram a Beatriz à morte, e mantêm a sua actividade profissional depois de terem destruído para sempre uma vida e desvastado emocionalmente uma família. Digam o que disserem, é simplesmente vergonhoso o protecionismo que existe na classe médica, principalmente em situações como estas...Sou mãe e não consigo imaginar e muito menos quantificar a dor, permanente, que habita nos vossos corações. De mim, de nós, toda a força do MUNDO ! Beijo, Maria Leonor.
um beijo grande para vosses!!
e muita muita força!!
Não liguem ao que as outras pessoas dizem ou podem pensar. O importante é aquilo que vocês sentem.
Lembrem-se que a recordação é o único paraíso da qual ninguém nos pode expulsar, daí que a distância traga a saudade, nunca o esquecimento...
Falem e lembrem-se da Bea sempre...
Força para todos!
Sofia
Foi com muita dor que li o eu blog k n conhecia, desculpa, mas vi te agora online fui ver que blog tinhas.Minha querida nao sei o k te diga, mas de certo que a tua menina linda esta juntinho da minha irma. muitos beijinhos e se precisares de desabafares podes contar comigo.
xanasofia
um beijinho para a mana da Beatriz e para os pais. O vosso anjo cuida de vós
a_tagide
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