quinta-feira, 12 de abril de 2012
Clínica da Amadora contabiliza já duas situações de deficiências não detectadas nas ecografias
Publicado em 2011-12-02
LEONOR PAIVA WATSON
M., utente do Centro de Saúde da Amadora, engravidou e fez ecografias na Clínica Rui Machado. Os exames não detectaram malformações, mas a bebé nasceu com problemas. E morreu. É o segundo caso de deficiências não detectadas nas ecografias desta clínica.
foto arquivo jn
Ecografia
A bebé de M. nasceu com uma interrupção no arco aórtico, ou seja, com um problema no coração que, segundo disse o cardiologista da bebé de M., poderia ter sido detectado ao segundo mês de gravidez. "Mas não foi. Aliás, todas as ecografias estavam, segundo o médico da Clínica Rui Machado, óptimas", conta M. Após o nascimento, a sua bebé foi operada seis vezes. Morreu há um mês.
M. pede anonimato, mas revela a sua história porque não quer que mais ninguém passe pelo mesmo. "Quando li a notícia sobre a bebé Luana, que nasceu com múltiplas malformações depois de todas as ecografias nada detectarem, revi-me, porque foi na mesma clínica, com o mesmo médico", diz. A única diferença é que M. não fez qualquer queixa às entidades competentes. "Quero paz. Só quero é que mais nenhuma mulher faça ali ecografias".
Não é assim tão fácil porque a clínica tem convenção com o Serviço Nacional de Saúde. Mesmo havendo uma investigação a correr no Ministério Público, no que diz respeito ao caso do bebé Luana, o centro de saúde não pode deixar de encaminhar as utentes para a clínica.
"Sabe-se que há uma investigação a correr, tanto que o MP pediu a ficha clínica da mãe da Luana, mas não há nada que o centro de saúde possa fazer. Não são os centros de saúde que fazem ou acabam com uma convenção.
Ainda assim, o médico não impõe uma clínica para o utente fazer os exames. Dentro de uma série de clínicas, o utente pode escolher. Tem o poder de escolher", alertou Maria Helena Cargaleiro, directora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde da Amadora.
Publicado em 2011-11-29
O Ministério Público está a investigar o caso de uma criança que nasceu com múltiplas malformações físicas (sem queixo e com as pernas ao contrário) e mentais, alegadamente sem o obstetra ter detectado as deficiências nas ecografias.
foto PAULO SPRANGER/global imagens
Ecografia
A menina nasceu em Janeiro deste ano, no Hospital Amadora-Sintra. A mãe, Laura, foi seguida durante a gestação no Centro de Saúde da Amadora, mas as ecografias foram realizadas na clínica Rui Machado - Centro de Imagiologia da Amadora, com o qual a instituição pública tem um protocolo.
"As ecografias eram muito rápidas e eram feitas em minutos", contou Laura à agência Lusa, acrescentando que nunca lhe disseram para fazer a ecografia morfológica, recomendada por volta das 22 semanas para estudar detalhadamente a estrutura fetal.
Os exames foram feitos na clínica privada pelo médico Artur Carvalho e depois vistas pelo médico de medicina familiar do centro de saúde. "O médico [do centro de saúde] nunca identificou nada. Só olhava para os relatórios e dizia que estava tudo normal", afirmou.
Na altura, Laura sentiu-se pouco e mal acompanhada, pelo que tomou a iniciativa de ir ao Hospital Amadora-Sintra, às 38 semanas de gestação.
Ao analisar uma ecografia, um médico disse-lhe que "algo não estava bem" e marcou uma cesariana de urgência, já que a criança estava sentada e isso impossibilitava o parto normal. Segundo a mãe da criança, o parto foi rápido, mas no fim não a deixaram ver a bebé.
domingo, 31 de janeiro de 2010
Erro .
Assim sendo aos visitantes do Blog, deixo esse reparo, para melhorar compreensão do texto, é melhor começar pelo segundo texto (Bea parte 1) A todos os visitantes desse blog bem como aos amigos e conhecidos, um bem hajam, e sempre que houver desenvolvimentos no processo, disso mesmo darei noticias, por agora continuamos desde 2007 à espera do desenlace e procedimentos da justiça.
Um Enorme Abraço
João Inácio
Bea - Filha Coragem Parte 2
Sabes?? As pessoas encarregadas de fazer justiça, encontram-se muitas vezes manietadas, e vão até onde lhes é possível, pois quem devia vir a público, pugnar pela verdade e auxiliar, assobia cobardemente para o lado. Mas vamos mesmo assim acreditar, como sempre acreditamos em ti. E vamos tentar - acima de tudo tentar - que tudo aquilo por que passaste, sirva, de alguma fora, para um ponto de viragem.
Nesses seis meses,tivemos oportunidade de constatar que a ligeireza das pessoas (ou de algumas) não te atingiu só a ti, que muitos são os casos em que as pessoas, embora atingidas, preferem sofrer caladas, pois a suposta justiça para todos não é bem para todos.
Eu costumo dizer que o dinheiro é caro, e que a justiça não é cega, mas para alguns é inacessível - perante obstáculos diversos - e, porque a vida continua, para muitos há limites. Então o grito de revolta não sai, a denúncia não sai, a dor é calada e por cada "borrada" que é deixada sem denúncia,outra vida é prejudicada. E continua-se a achar tudo isto fruto do azar. Coitado do azar,que tem as costas largas. Que sociedade é esta, em que a justiça para todos, é demagógica? É para o estado de direito que caminhamos?
Será normal, numa instituição pública onde, quem recorre ao livro amarelo, nem sequer merece resposta?
E todos esses inquéritos que são abertos! Será que existirão ainda pessoas que acreditem que não são para "inglês" ver? Nós, os pais da Beatriz, aguardamos por um determinado inquérito, aberto numa certa instituição. Era bom que o resultado do mesmo restaurasse um pouco a nossa fé. A ver vamos!!
Diga este o que disser,não nos diga é que a nossa Beatriz teve pouca sorte,porque então saberemos que algo "está podre" no reino do faz de conta.
É importante que as consciências se comecem a agitar, pois País - que considera que o tratamento aos idosos é o possível, e não o melhor - que negligencía as crianças é um País, que vai pelo pior caminho. E a nossa pátria,está a ir por caminhos, que envergonham os nossos antepassados.
Há uma enorme diferença entre ter como profissão servir o Povo, - que tem benefícios e não são poucos -e servir-se do Povo. Depois ainda há quem se admire de a figura eleita como o português do século tenha sido uma figura para muitos tenebrosa. Então indiquem-me uma figura de estado, que tenha merecido consenso, nos últimos 15 anos! A diferença é que,no tempo da outra senhora, a contestação era amordaçada,nos tempos que correm tem-se o direito de falar mas corremos o risco de ficar roucos, pois entramos na história "do assobiar para o lado". É de facto mais democrático, só que os resultados são nulos. É compreensivel! A poluição sonora é maior.
Sabes Bea!? Já passou algum tempo desde que partiste, mas esse misto de raiva e inconformismo tarda em atenuar, e não sei mesmo se algum dia se dissipará.
Só sei que as saudades são imensas e a espera pela justiça agonizante. Sei ainda que só vou conseguir sorrir (com vontade) quando conseguirmos algum tipo de justiça em teu nome e para os que antes de ti sofreram em silêncio, e para todos aqueles que continuarão a sofrer nas mãos de pessoas que estão na profissão errada, só que ainda não se deram conta. O mais grave é que ainda ninguém se deu ao trabalho de lhes dizer isso mesmo.
Espero ter a tua coragem e força porque, por cada dia que passa, a vontade de tomar a justiça nas minhas mão é maior,e eles andam por aí nas suas vidinhas, se calhar todos contentes, a pensar única e exclusivamente nos ordenados que usufruem.
E nós temos de viver o dia-a-dia, algumas vezes penosamente, outras como que por instinto, repetindo as rotinas obrigatórias. O vazio é enorme, e ás vezes só consigo encontrar consolo ao recordar o testemunho que nos deste,de coragem e de força.
Que a tua fugaz existência terrena possa ter, de facto,algum objectivo superior.
Não consigo, como já me foi várias vezes sugerido, encontrar dentro de mim algum tipo de perdão ou compreensão por esses energúmenos. Acho que nunca se irão dignar ou "perder" tempo para pensar no que te fizeram.
Vai haver, concerteza, uma excepção, quando comparecerem perante a justiça.
Mas, mesmo nessa situação, o único objectivo deles será concerteza livrarem-se cobardemente (ou tentarem) de qualquer responsabilidade, apoiados por uma cáfila de gente sem escrúpulos, que lá irá tentar desculpar, aquilo que sabem que é indesculpável. O que eu apelido de infanticídio por omissão, independentemente do que a justiça decidir, já tem o meu veredicto.
Espero que a justiça dos homens, seja capaz de fazer sentir, a esses senhores doutores, que têm de começar a ter mais respeito pelos seus semelhantes.